Todas as formas de amianto foram banidas na UE em 2005, mas ele encontra-se ainda em muitos edifícios antigos. A fibra cancerígena pode ser libertada, por exemplo, em trabalhos de renovação, colocando os trabalhadores em elevado risco de exposição.
Esta é uma lista de onde se pode encontrar o amianto e quem está mais em risco:
Operários de construção civil, pedreiros
Técnicos de elevadores
Operários de construção civil, pedreiros
Telhadores
Técnicos de esgotos
Técnicos de aquecimento
Pedreiros, estucadores
Estucadores, pintores
Ladrilhadores, pedreiros
Mais a sul, numa empresa profissional de gestão de risco, encontramos Olivier Heaulme, o diretor, no centro de formação sobre o amianto. Aqui, ensinam a manusear os muitos equipamentos de proteção e descontaminação. A empresa também analisa amostras recolhidas em locais de construção para verificar o número de fibras de amianto no ar.
"Requer muitas técnicas para pôr em prática, equipamento muito específico e de alto desempenho. Temos dez anos de experiência em França, com este valor que será adotado no seio da União Europeia. Demorou muito tempo a chegar a essa taxa. Para baixar, será preciso mais tempo, novas tecnologias e mais formação", explica.
Em França, o amianto é responsável por três a quatro mil doenças relacionadas com o trabalho por ano. A formação é obrigatória para todos os ofícios da construção, mas alguns profissionais desconhecem-na.
Diz Olivier Heaulme: "A formação é fundamental. Sem formação, não nos podemos proteger do amianto. Ela torna os trabalhadores conscientes dos riscos. Há técnicas, automatismos para nos protegermos, e estes automatismos passam por uma formação recorrente".
Katia, supervisora técnica do amianto há um ano, está a atualizar a formação. Repete os gestos que lhe permitirão gerir os riscos nos estaleiros de construção: "Temos uma responsabilidade real de colocar as pessoas em segurança e é importante poder utilizar todos os meios que possam existir, e há muitos, mas é preciso que sejam respeitados no local", diz.
A atualização da Diretiva sobre o Amianto no Trabalho, proposta pela Comissão Europeia para melhor proteger os trabalhadores, é acompanhada por vários fundos europeus que já existem.
Entrevista - William Cockburn, diretor interino da Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho
"Hoje, estamos a assistir às mortes relacionadas com exposições que tiveram lugar nos anos 1980 e 1990. Quando renovamos ou realizamos obras de construção, corremos o risco de expor novamente os trabalhadores ao amianto. Portanto, o que precisamos é de bons procedimentos em vigor. Precisamos da legislação forte que foi proposta, com as boas medidas técnicas recomendadas", diz o responsável.
O que pensa da proposta da Comissão Europeia de baixar o limite de exposição das fibras de amianto?
As fibras de amianto são cancerígenas e, como tal, não existe um nível de exposição totalmente seguro. Quanto mais fibras são inaladas, maior é o risco de desenvolver uma doença. A legislação obriga efetivamente os empregadores a reduzir o nível de exposição ao nível técnico mais baixo possível. Portanto, o limite de exposição não é um limite aceitável. Na verdade, é um limite superior. Ao estabelecer um limite que é dez vezes mais rigoroso, devemos prever níveis de proteção bastante mais elevados para os trabalhadores europeus, mas isso deve ser acompanhado de ações de sensibilização, de orientação e ferramentas, e de procedimentos e estratégias adequadas.